As pesquisas acerca da deficiência de vitamina D têm destacado a importância da exposição solar adequada como a forma ideal de melhorar os níveis dessa substância. Entretanto, muitas pessoas têm dificuldades em obter essa exposição durante o inverno, período em que a luz UVB é escassa. Nesse sentido, a luz UV artificial pode ser uma alternativa.
No entanto, é importante ter em mente que as camas de bronzeamento podem representar riscos à saúde. Os lastros magnéticos emitidos por essas camas, por exemplo, são um dos elementos mais nocivos, e podem ser evitados com o uso de lastros eletrônicos. Além disso, é preciso atentar-se às lâmpadas utilizadas, já que algumas contêm somente luz UVA, que não aumenta os níveis de vitamina D.
A deficiência de vitamina D é uma condição cada vez mais prevalente em todo o mundo e pode estar relacionada a diversos problemas de saúde. De fato, estudos sugerem que a correção dessa deficiência pode reduzir o risco de morte por qualquer causa em até 50%.
Isso ocorre porque a vitamina D é um hormônio esteroide neurorregulador que influencia aproximadamente 3.000 genes, por meio de seus receptores encontrados em todo o corpo. Essa substância desempenha diversos papéis na manutenção da saúde, sendo essencial para a produção de óxido nítrico, que ajuda a diminuir a pressão arterial.
Dessa forma, é importante atentar-se à exposição solar adequada e à obtenção de vitamina D por meio da alimentação ou da luz UVB artificial, especialmente durante os meses de inverno. Contudo, é preciso ter cuidado com os possíveis riscos associados à utilização de camas de bronzeamento e optar por alternativas mais seguras e eficazes.
Como a deficiência de Vitamina D afeta a atividade dos genes.
Um dos principais benefícios da vitamina D é a sua capacidade de regular a expressão de genes importantes que combatem infecções e inflamações crônicas. Essa substância também é responsável pela produção de mais de 200 peptídeos antimicrobianos, incluindo a catelicidina, um antibiótico natural de amplo espectro. Essa é uma das razões pelas quais a vitamina D é tão eficaz no combate a resfriados e gripes.
De acordo com um comunicado à imprensa de janeiro de 2013 da Orthomolecular Medicine, existem atualmente mais de 33.800 artigos médicos sobre a vitamina D. Essa vasta quantidade de pesquisas mostra que a vitamina D tem benefícios abrangentes para a saúde física e mental. Estudos demonstram que a vitamina D pode melhorar os:
Resultados da gestação:
A vitamina D é essencial para a saúde durante a gestação, pois ajuda a regular o desenvolvimento fetal e a formação dos ossos do bebê. Além disso, estudos indicam que a deficiência de vitamina D durante a gravidez pode aumentar o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer.
Reduzir o risco de parto cesárea e pré-eclâmpsia:
A vitamina D pode ajudar a reduzir o risco de parto cesárea e pré-eclâmpsia, uma condição caracterizada por pressão arterial elevada e proteína na urina que pode ser perigosa para a mãe e o bebê. Isso ocorre porque a vitamina D ajuda a regular o sistema imunológico e a saúde cardiovascular.
Diabetes tipo 1 e 2:
A vitamina D pode auxiliar no controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 1 e 2, pois ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a inflamação no corpo. Além disso, a suplementação de vitamina D pode ajudar a prevenir complicações diabéticas, como problemas nos olhos, nervos e rins.
Doença cardíaca:
A vitamina D pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares, como aterosclerose e insuficiência cardíaca, pois tem ação anti-inflamatória e ajuda a regular a pressão arterial. Além disso, estudos mostram que a deficiência de vitamina D pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares, como infarto e derrame.
Derrame cerebral:
A vitamina D pode ajudar a reduzir o risco de derrame cerebral, pois tem ação anti-inflamatória e ajuda a melhorar a saúde cardiovascular. Além disso, a suplementação de vitamina D pode ajudar a melhorar a recuperação após um derrame.
Autismo:
A vitamina D pode ajudar a reduzir o risco de autismo em crianças, pois tem ação neuroprotetora e ajuda a regular o sistema imunológico. Alguns estudos sugerem que a deficiência de vitamina D durante a gravidez pode aumentar o risco de autismo no bebê.
Alzheimer:
A vitamina D pode ajudar a prevenir a doença de Alzheimer e outras disfunções cerebrais, pois tem ação neuroprotetora e ajuda a reduzir a inflamação no cérebro. Além disso, a suplementação de vitamina D pode ajudar a melhorar a cognição em idosos.
Também pode causar outras disfunções cerebrais, bem como infecções bacterianas e virais.
Alguns estudos recentes têm demonstrado que o aumento dos níveis de vitamina D pode ser benéfico para pessoas que sofrem de depressão e dores crônicas associadas ao diabetes, doença de Crohn e câncer de mama. Isso reforça a importância da suplementação de vitamina D e da exposição adequada à luz solar, especialmente para aqueles que vivem em regiões com baixa incidência de sol ou têm dificuldades em absorver a vitamina por meio da alimentação.
Vitamina D pode diminuir depressão e dores
A vitamina D desempenha um papel crucial na doença de Crohn, como demonstram estudos anteriores que associaram baixos níveis dessa substância a um risco aumentado da doença e a uma melhora dos sintomas quando a deficiência é corrigida. Entretanto, um dos estudos mais recentes apresentou uma descoberta ainda mais interessante: a interação significativa entre os níveis de vitamina D e a susceptibilidade à doença de Crohn, bem como a forte associação entre os níveis dessa vitamina e o genótipo.
Os pacientes com doença de Crohn apresentaram níveis séricos de vitamina D significativamente menores em comparação aos indivíduos saudáveis. Das sete variações da sequência de DNA que foram analisadas, duas variantes apresentaram forte associação com os níveis de vitamina D em pessoas com a doença de Crohn, enquanto quatro variantes foram associadas aos níveis de vitamina D nos controles.
Isso sugere que a vitamina D pode afetar a expressão genética associada à doença de Crohn, piorando ou melhorando a situação dependendo da presença ou não de deficiência dessa vitamina. Portanto, a correção da deficiência de vitamina D pode ser uma estratégia terapêutica importante para pacientes com a doença de Crohn.
Por a vitamina D3 é romendada e não D2
A vitamina D3 é frequentemente recomendada por médicos em vez da forma sintética de vitamina D2, que é produzida pela irradiação de fungos e matéria vegetal. A vitamina D3 é a forma de vitamina D produzida pelo corpo em resposta à exposição ao sol ou à luz UVB artificial.
Uma meta-análise realizada pelo Cochrane Database em 2012 comparou os índices de mortalidade em pessoas que suplementaram a dieta com vitamina D2 e vitamina D3. O estudo envolveu 50 testes controlados randomizados e incluiu um total de 94.000 participantes. Os resultados mostraram uma redução de 6% no risco relativo de morte entre aqueles que tomaram vitamina D3 e um aumento de 2% no risco relativo entre aqueles que tomaram vitamina D2.
Esses resultados destacam a importância da vitamina D3 em comparação com a D2. Além disso, cerca de 60% dos pacientes com diabetes tipo 2 apresentam deficiência de vitamina D. Pesquisas sugerem que a vitamina D pode desempenhar um papel fundamental no controle da diabetes tipo 2 e seus efeitos colaterais. Um estudo recente descobriu uma forte interação entre a deficiência de vitamina D e a obesidade abdominal no que diz respeito à resistência à insulina.
Outro estudo indicou que a suplementação com vitamina D pode ajudar a prevenir a diabetes mellitus tipo 2 em pessoas com pré-diabetes. Embora este estudo seja apenas observacional e não possa estabelecer causalidade, os resultados mostraram que os participantes com níveis mais altos de vitamina D apresentaram uma probabilidade 30% menor de desenvolver diabetes durante o período de avaliação de três anos em comparação com aqueles com níveis mais baixos.
Reduza o risco de câncer de mama com a vitamina D, sugere cirurgião de câncer
Enquanto isso, um relatório recente publicado no Science World Report destacou a recomendação do cirurgião e professor britânico Kefah Mokbel, que incentiva as mulheres a tomarem suplementos de vitamina D diariamente para reduzir o risco de câncer de mama. Segundo o artigo em destaque:
Vitamina D é essencial na prevenção do câncer
Cada vez mais estudos têm mostrado os efeitos protetores da vitamina D contra diversos tipos de câncer, incluindo câncer de pulmão, próstata, ovário, pele, mama e pâncreas. Mais de 200 estudos epidemiológicos têm confirmado a relação entre a deficiência de vitamina D e o câncer, enquanto mais de 2.500 testes laboratoriais têm ajudado a compreender sua base fisiológica.
Por exemplo, um estudo publicado em 2007 pelo American Journal of Preventive Medicine descobriu que um nível sérico de vitamina D de 33 ng/mL ou superior estava associado a um risco 50% menor de câncer colorretal. Além disso, uma pesquisa publicada no International Journal of Cancer dois anos atrás mostrou que um aumento de apenas 10 ng/mL nos níveis de vitamina D estava associado a uma queda de 15% na incidência de câncer colorretal e 11% na incidência de câncer de mama.
Outro estudo publicado pelo American Journal of Clinical Nutrition em 2007 mostrou que após quatro anos de acompanhamento, mulheres que tomaram 1.100 UI de vitamina D e 1.450 mg de cálcio por dia tiveram um índice de sobrevivência ao câncer 77% maior do que as que tomaram placebo ou somente cálcio.
De acordo com Carole Baggerly, fundadora da GrassrootsHealth, até 90% do câncer de mama pode estar relacionado à deficiência de vitamina D. Essa condição é frequentemente chamada de “síndrome da deficiência de vitamina D”, assim como o resfriado comum e a gripe da estação.
Manutenção de bons níveis séricos de vitamina D
A manutenção de um bom nível sérico terapêutico durante o ano todo é de extrema importância. Os estudos indicam que o mínimo necessário para prevenção do câncer é cerca de 40 ng/ml. Pesquisas sugerem que o nível ideal seja de 60 a 80 ng/ml. Um artigo de 2009 intitulado “Vitamin D for Cancer Prevention: Global Perspective” (Vitamina D na prevenção do câncer: uma perspectiva global), publicado no Annals of Epidemiology afirma que:
Os resultados epidemiológicos, juntamente com os mecanismos recém-descobertos, indicam um novo modelo de etiologia do câncer responsável pela ação de 25(OH)D e cálcio. Suas sete fases são: disjunção, iniciação, seleção natural, desenvolvimento excessivo, metástase, involução e transição (abreviado, em inglês, DINOMIT).
Os metabólitos da vitamina D evitam a disjunção das células e são benéficos em outras fases.
Projeta-se que o aumento no nível sérico de 25(OH)D durante o ano todo para 40 a 60 ng/mL (100 a 150 nmol/L) evitaria aproximadamente 58.000 casos novos de câncer de mama e 49.000 casos novos de câncer colorretal a cada ano, além de três quartos das mortes por essas doenças nos Estados Unidos e Canadá, com base em estudos de observação combinados com um teste randomizado.
Também se espera que esse consumo reduza pela metade os índices de fatalidade nos pacientes com câncer de mama, próstata ou colorretal… Chegou a hora de ter um movimento coordenado em todo o país para aumentar significativamente o consumo de vitamina D e cálcio”.
Orientações gerais sobre suplementação
Como orientação geral, a pesquisa da GrassrootsHealth sugere que os adultos precisam de cerca de 8.000 UIs de vitamina D3 por dia para obter um nível sérico de 40 ng/ml. É altamente recomendado aumentar os níveis de vitamina D através da exposição ao sol sempre que possível. No entanto, se você optar por tomar um suplemento de vitamina D, é importante lembrar que também precisa aumentar a ingestão de vitamina K2 através dos alimentos e/ou suplementos.
Se você está recebendo a vitamina D do sol, não é tão importante, mas ainda é prudente saber se está obtendo quantidades suficientes de vitamina K2 na sua alimentação.
Para saber se seu nível de vitamina D está na faixa correta, é importante examinar o nível sérico de vitamina D a cada seis meses, pois a resposta das pessoas à exposição ultravioleta ou suplementação oral de D3 varia muito. A meta é obter um nível sérico clinicamente relevante de 50 a 70 ng/ml e mantê-lo durante todo o ano.
É recomendado fazer um exame no período de nível mais alto, geralmente em fevereiro, e depois no período de nível mais baixo, normalmente em agosto.
Saber como está a vitamina D é um dos exames mais importantes que se pode fazer, portanto, se você ainda não verificou seus níveis, é recomendado fazê-lo o quanto antes – não se pode enfatizar o suficiente a sua importância.
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